Macrocriminalidade – Experiências e desafios relacionados à investigação de organizações criminosas são discutidos por membros do Ministério Público

 

Athayde Ribeiro Costa, procurador da República que atua na Lava Jato foi um dos debatedores

O Seminário Macrocriminalidade - Desafios da Justiça Federal, promovido pela Ajufe em parceria com a Direção do Foro de Minas Gerais e da AJUFEMG, trouxe à tona a discussão dos desafios do Ministério Público nas investigações futuras de organizações criminosas, sob a mediação do procurador de justiça do MP de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior.

Inicialmente, o ex-ministro chefe da AGU, Fábio Medina, avaliou que a defesa das prerrogativas é fundamental. “Os desafios são de aprofundar a autocrítica para poder fortalecer a defesa das suas prerrogativas. Porque a Justiça Federal e o MP têm dado uma esperança enorme à sociedade brasileira no combate à corrupção”.

Ao destacar as dificuldades de investigação por parte do MP, o promotor de justiça Eduardo Nepomuceno, falou sobre a interferência política e o foro privilegiado. “Os percalços são enormes. Um deles é a interferência do sistema político na independência do Ministério Público, além do foro privilegiado que impede o andamento das investigações”, frisou.

O procurador da República e membro efetivo da Lava Jato em Curitiba, Athayde Ribeiro Costa, falou sobre a importância do papel da Justiça Federal nos resultados da operação. “Nada teria dado certo na operação Lava Jato se não tivéssemos uma resposta do Poder Judiciário, servindo-se de exemplo a notável atuação do juiz federal Sérgio Moro. O juízo natural demonstrou profundo conhecimento dos fatos sob investigação e agiu com rapidez, coragem e eficiência”, destacou.

Athayde Ribeiro ainda falou das tentativas de enfraquecimento das investigações. “O que se vê hoje é uma tentativa de estancar a sangria, sufocando as investigações. Serve como exemplo o pacote das dez medidas contra a corrupção que, na calada da noite, foi deturpado pela Câmara dos Deputados. Tal ação achincalha a independência do Poder Judiciário e do MP”, finalizou o procurador.