A necessidade de inovação do Poder Judiciário trouxe à tona debates importantes no segundo dia do III FONAGE, realizado pela Ajufe, em Natal (RN). Nesta terça-feira (5), os painéis abordaram os seguintes temas: "Os possíveis reflexos da tecnologia Blockchain no processo judicial e administrativo eletrônicos e governança do Poder Judiciário"; "Mudanças no design organizacional judicial"; e "Centros de inteligência e monitoramento de demandas repetitivas".
Inicialmente, o diretor de operações da AB2L - Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs -, Leonardo Toco, deu exemplos práticos do uso da inteligência artificial como aliada à busca por celeridade na tramitação de processos. A tecnologia do blockchain, por exemplo, visa a descentralização como medida de segurança e retira a necessidade de intermediários, acelerando a análise dos casos.
Na sequência, a diretora administrativa da WEGOV, Gabriela Tamura, explicou como a inovação auxilia o Poder Judiciário a otimizar o seu design organizacional. Para ela é preciso desconstruir o mito de que é impossível inovar no sistema jurídico. Tamura ainda citou a relevância da integração no processo inovador. "Quando trabalhamos em rede e de forma colaborativa, o design organizacional muda para melhor", afirmou.
O terceiro painel contou com um profundo debate sobre os centros de inteligência e o monitoramento de demandas repetitivas. Os painelistas, juízes federais Vânila Cardoso André de Moraes e Marco Bruno Miranda Clementino, falaram sobre a política de prevenção, monitoramento e gestão de precedentes para dar celeridade no julgamento dos processos, tendo em vista que a cada 5 segundos um novo caso é ajuizado.
"Os centros de inteligência são uma rede, não uma hierarquia. É a possibilidade que temos de nos fazermos ouvir desde a base da justiça. Se não for desta maneira, não há como solucionar de forma verticalizada", destacou Vânila Cardoso.
Acompanhando a proposta de inovação, os participantes do Fórum puderam fazer perguntas, em tempo real, por meio do chat no aplicativo da Ajufe e, a exemplo do II FONAGE, os juízes federais fizeram uso do pitch - apresentações curtas que despertam o interesse do público - para contar suas experiências de inovação no sistema judicial.