Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), fez um forte discurso hoje em evento de solenidade de posse da nova diretoria da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil). Depois de receber ameaças nos últimos dias, o ministro da corte ressaltou que não há democracia sem um Poder Judiciário "forte" e um juiz "independente, altivo e seguro".
"Com todos esses problemas de contágio [do coronavírus], de isolamento, todos os ramos do judiciário se adequaram para poderem continuar próximos da população, exercendo rapidamente a função jurisdicional. Não há democracia sem poder judiciário forte. E não há poder judiciário forte sem um juiz independente, altivo e seguro", discursou.
O ministro do Supremo afirmou que o Poder Judiciário se tornou ainda mais imprescindível no "atual momento brasileiro" —sem entrar em maiores detalhes sobre a que se referia entre a crise política, que fez estremecer a relação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) com o próprio STF, a instabilidade econômica do Brasil ou o coronavírus em si.
"É importante aproveitar estes momentos para salientar a imprescindibilidade do Poder Judiciário no estado de direito sempre e, principalmente, no atual momento brasileiro. O Judiciário vem demonstrando independência e altivez com toda a sorte de problemas. Poucos juízes, com orçamento limitado, tendo que enfrentar notícias falsas, atualmente chamadas de fake news, que sempre rodearam o Poder Judiciário", acrescentou Moraes.
"Com toda essa gama de dificuldades, o Poder Judiciário e a Justiça brasileira vêm exercendo seu papel de maneira magnífica. (...) Aqui, aproveito a oportunidade para me solidarizar com as famílias de mais de 30 mil mortos no Brasil. A contagem oficial tem subnotificação muito grande, mas temos mais de 30 mil mortos. A Justiça e o Judiciário vêm auxiliando aqueles que precisam mais nesse momento de pandemia. Só o STF já recebeu, nesses últimos 3 meses, só ligadas à pandemia, 2.500 ações", concluiu.