Nesta segunda-feira (9), a Ajufe realizou a abertura do "4º Seminário Mulheres no Sistema de Justiça: desafios e trajetórias", em Brasília. O evento tem como objetivo debater as perspectivas de julgamento com o olhar voltado para questões de gênero.
Durante a abertura, o presidente da Ajufe, Eduardo André Brandão, lembrou o trabalho e realizado pela Comissão Ajufe Mulheres, desde 2017, que tem promovido várias ações em busca da equidade entre os gêneros dentro do Poder Judiciário brasileiro.
"Vocês [da Comissão] são um exemplo de coesão de ideias, de debates, de força, e vocês se impõem pela vontade de ajudar, de trabalhar e de melhorar a Justiça Federal. Todos os temas, todos os estudos, tudo que foi proposto durante a minha gestão e nas gestões em que eu participei, eu sou testemunha da dedicação, da entrega, da vontade de fazer uma Justiça em um mundo melhor", disse.
Em um cenário que as mulheres representam 51,6% da população brasileira e no Judiciário a representatividade feminina é de apenas 38,8%. Encontros para debater formas de se aumentar a participação feminina é fundamental como avalia a coordenadora científica do Seminário, coordenadora da Comissão Ajufe Mulheres, e vice-presidente da Ajufe na 5ª Região, Camila Pullin.
"Entre hoje e amanhã iremos dialogar, trocar experiências, aprender sobre igualdade de gênero, igualdade racial, igualdade de identidade e orientação sexual, igualdade de acesso aos direitos sociais, igualdade na magistratura e através da magistratura. E quando eu falo na magistratura eu indico que nós vamos iniciar o nosso percurso desses dias jogando luzes para dentro da carreira falando sobre a participação feminina na magistratura".
A magistrada ainda reforçou o trabalho feito ao longo dos cinco anos pela Comissão Ajufe Mulheres como o protocolo de julgamento com perspectiva de gênero, os dados sobre a participação feminina na Magistratura Federal, a cartilha “Política de prevenção e enfrentamento do assédio moral, do assédio sexual e da discriminação no Poder Judiciário” e a pesquisa “Quem estamos empoderando? Indicadores e Tendências sobre Diversidade em Cortes Constitucionais”. Acesse aqui todo o material da Comissão: https://bit.ly/39PSm96
Assista à abertura do 4º Seminário: https://bit.ly/39Dv3iy
Pesquisa Ajufe x Oxford
O primeiro painel do" 4º Seminário Mulheres no Sistema de Justiça: Desafios e Trajetórias" teve como tema a pesquisa "Quem estamos empoderando? Indicadores e tendências sobre diversidade judicial em cortes constitucionais". O estudo foi uma parceria entre a Ajufe e a Universidade de Oxford, do Reino Unido.
Apresentando a pesquisa estiveram presentes a juíza federal Adriana Cruz e os professores Karina Denari (CdDHE - FGV/SP) e Pedro Arcain (Oxford - BSG).
O estudo é focado nas democracias americanas e europeias dos últimos 21 anos (2000-2021) e retratou o atraso do Brasil na busca por representatividade dentro dos tribunais. Os pesquisadores coletaram ainda informações sobre diferentes tipos de diversidade, tais como aquelas relacionadas à identidade (gênero, raça ou etnia e idade), bem como ligadas às experiências e à origem socioeconômica de magistrados (background acadêmico e profissional, origem familiar).
O levantamento também indicou as formas de acesso, reconhecimento de pares, promoção interna, permanência e motivos de saída dessas minorias sociais, culturais ou econômicas, e possíveis tendências para futuros aprofundamentos.
Acesse à íntegra da pesquisa: https://bit.ly/3HPvMc0