Matéria originalmente publicada pelo site da Rádio Piauí.
No oitavo episódio da temporada, Branca Vianna conversa com a desembargadora do trabalho Débora Machado e com a juíza federal Adriana Cruz
Entre os três poderes, o Judiciário é o menos desigual na divisão dos cargos entre os gêneros – mas, embora as juízas passem dos 30% dos magistrados, este número cai para 19% se contarmos apenas os tribunais superiores. Isso se dá porque, apesar de a porta de entrada ser o concurso público, os cargos mais altos envolvem decisões menos objetivas que impõem o mesmo teto de vidro que outras áreas. No oitavo e antepenúltimo episódio do Maria vai com as outras, uma desembargadora do trabalho e uma juíza federal falam sobre suas trajetórias profissionais, obstáculos e escolhas.
Bloco 1
Em setembro do ano passado, o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, da Bahia, elegeu uma mesa diretora formada apenas por mulheres. O feito inédito é comemorado pela desembargadora Débora Machado, vice-presidente da mesa. Mãe de dois filhos, ela discorre sobre as dificuldades de conciliar o trabalho com o suporte às crianças; e, embora não se considere feminista, ela admite que a dupla jornada desestimula as mulheres de arriscarem cargos nos tribunais superiores.
Ilustração: Caio Borges
Bloco 2
Juíza lotada na 5ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, Adriana Cruz lida no seu dia a dia com toda a sorte de processos que envolvem os interesses da União, como lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas. Numa conta por alto, ela chegou ao número estimado de 89 juízas negras como ela, em todos os graus de jurisdição e instâncias em todo o Brasil.