Macrocriminalidade – Painéis debatem experiências de combate ao crime organizado na Itália, crimes cibernéticos e tráfico de pessoas

     

    O Seminário Macrocriminalidade – Desafios da Justiça Federal, promovido pela Ajufe em parceria com o Foro de Minas Gerais e a AJUFEMG, debateu, nesta quinta-feira (12), temas relacionados aos crimes cibernéticos e tráfico de mulheres, além das experiências de combate ao crime organizado em outros países.

    Na primeira parte do dia, o painel presidido pela ministra do STJ, Assusete Reis Magalhães, destacou as experiências de combate ao crime organizado na Itália. O procurador italiano, Francesco Mendito, citou medidas adotadas em Tivoli/Itália para o enfrentamento das organizações criminosas. Uma das práticas bem-sucedidas destacadas é o trabalho de confisco de bens advindos dos delitos. “Todo o trabalho de confisco é devolvido à sociedade de uma forma a empoderá-la, por meio da construção de centros de acolhimento a mulheres que sofrem violência doméstica, de atividades gerais e lúdicas”, explica.

    A ministra do STJ destacou a importância do tema explorado no seminário. “O debate revela um tema importantíssimo em face do momento que vivemos no Brasil, marcado pela criminalidade gestada nos presídios e fora deles”, avaliou.

    Crimes cibernéticos e tráfico de mulheres

    O segundo painel do dia trouxe exemplos de crimes relacionados à exploração infantil na internet e ao tráfico de mulheres. Os painelistas convidados destacaram os desafios no combate a esses delitos por serem crimes cujas vítimas são difíceis de identificar.

    O chefe da seção de combate à exploração de crimes contra crianças na internet do Departamento de Justiça dos EUA, Steven J. Grocki, mostrou exemplos de sites ativos no Brasil e em todo mundo relacionados à exploração infantil e como as organizações agem por meio da Deep Web.

    Já com relação ao tráfico de mulheres, a desembargadora federal Daniele Maranhão explicou que esse tipo de crime, para alguns estudiosos, superou o tráfico de drogas, por exemplo. “Poderíamos dizer que o Brasil é um dos grandes exportadores de mulheres. Mas a identificação desse delito ainda é muito difícil porque são considerados silenciosos diante da dificuldade de quantificar as vítimas”, afirmou.

    A diretora do Foro de Minas Gerais, Simone Fernandes, destacou a importância da discussão desse tema na Justiça Federal. “Infelizmente a realidade dos crimes cibernéticos contra crianças e o tráfico de pessoas são uma realidade trazida à Justiça Federal frequentemente. E é muito importante que a gente se prepare, e enfrente essas organizações criminosas”, finalizou.

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