O ato em solidariedade à juíza federal Louise Filgueiras, que sofreu um ataque nas dependências do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, reuniu dezenas de magistrados no Fórum Ministro Pedro Lessa, em São Paulo, nesta sexta-feira (04). O protesto contou com a participação do presidente da Ajufe, Fernando Mendes, do presidente da Ajufesp, Otávio Port, do vice-presidente na 3ª Região, Carlos Delgado, e da presidente do TRF3, Therezinha Cazerta.
Na ocasião, o presidente da Ajufe fez um alerta. “O episódio de ontem faz com que essa reflexão seja necessária: a sociedade precisa entender que o discurso de ódio tem que ceder ao discurso da racionalidade. Precisamos preservar as instituições, precisamos, de alguma maneira, encontrar o caminho da racionalidade. Esse ato é um ato de repúdio contra a violência praticada contra a nossa colega, mas também é um ato de repúdio a essa violência simbólica que tem sido praticada contra o Poder Judiciário”, afirmou.
Durante a manifestação também foi lida a nota oficial na qual a Ajufe e a Ajufesp manifestam sua indignação em face do ocorrido e trazem preocupações a respeito da segurança e do discurso de ódio contra o Poder Judiciário atualmente. “A falta de segurança que acomete o ofício dos Magistrados é crônica. Não se justifica, em nenhuma hipótese, colocar vidas em risco por motivo de restrições orçamentárias. A segurança, a ser garantida por profissionais devidamente treinados, é essencial para o exercício do ofício judicante. A Magistratura carece de um mínimo de tranquilidade para trabalhar em paz”, diz trecho da nota que foi lida, no ato, pela juíza federal Marcelle Ragazoni.
“Estamos juntos sofrendo neste momento. É um ataque a todos nós, à magistratura. A segurança dos nossos prédios é uma preocupação constante do Tribunal e das diretorias do Foro. Procuramos obedecer a normas e padrões de segurança. Situações como essa são lamentáveis e, infelizmente, estamos sujeitos. Foi um episódio excepcional em que não houve condições de evitar”, avaliou a presidente do TRF3, Therezinha Cazerta.
O presidente da Ajufesp demonstrou preocupação com a independência da magistratura no cenário atual. “É importante que o Judiciário como guardião múltiplo das leis e da constituição seja respeitado. Esse sentimento que permeia as redes sociais de desrespeito às ordens judiciais pode sim levar à violência, essa violência que a nossa colega sentiu na pele, infelizmente”, frisou Otávio Port.