O segundo painel do V Seminário Mulheres no Sistema de Justiça: Desafios e Trajetórias abordou a participação feminina na política. A mediação ficou a cargo da desembargadora federal do TRF5, Joana Carolina. Na abertura, a magistrada destacou que a busca pelo aumento da participação feminina não é visando confrontar os homens, mas para motivar a participação nas decisões e a escuta das necessidades. “Eu tenho a felicidade e a honra de estar aqui com quatro figuras maravilhosas que mostraram a força que a mulher tem chegando em altos postos do Executivo e Legislativo para que possamos ser ouvidas e também para que possamos participar das principais decisões”.
Iniciando a discussão, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, falou sobre a trajetória na política e a sub-representação da mulher nos espaços de decisão. “A falta que faz mais vozes das mulheres nos espaços de decisão política, de tomada de decisão. Como faz falta! E eu dou um exemplo aqui: a luta pela cidadania da população LGBTQIAP+”, avaliou.
A senadora Teresa Leitão (PT/PE) destacou o papel político na desconstrução do preconceito contra as mulheres. “Todo preconceito é mais forte contra nós, mulheres. Na política tem idade para a mulher, mas não tem idade para homem. (…) A política é um lugar de extrema contradição e a gente precisa tratar essas contradições porque só se muda tudo isso que a gente falou aqui com a política”.
Lázara Carvalho, mãe e chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Justiça, foi a terceira painelista a abordar a participação feminina na política. E destacou a importância da construção de um espaço de justiça mais equânime. “Nós sabemos que muitas mulheres são altamente capacitadas e podem estar ali concorrendo e, de forma igual, para os cargos de desembargadoras e ministras. Só que quando chega a parte da avaliação, você não é julgado por pessoas que são seus pares. Sabemos que muitas vezes chegam duas mulheres e um homem e o homem passa e as mulheres voltam. Se chegar uma pessoa negra, fica mais difícil ainda. Então a gente continua lutando pra ter essa mudança”, afirmou.
A advogada e assessora do Ministério das Mulheres, Isís Taboas, trouxe reflexões a partir do recorte social que, segundo ela, precisam ser alinhadas à ocupação das mulheres nos espaços de poder. “Atualmente, 40% das mulheres negras recebem até um salário mínimo. (…) Para pensar a igualdade de oportunidades ou a paridade ou mais mulheres nos espaços de poder, acredito que precisamos pensar em algumas categorias que atravessam a sociedade como um todo. Mas o caso da magistratura não está isolado de outras categorias e espaços sociais.”
Assista ao painel: https://youtube.com/live/4m-rkkbTYXM