Os novos paradigmas da gestão judicial foram alvo de discussão entre os participantes do 1º Seminário de Processo Civil AJUFE/IBDP durante os painéis da tarde, nesta terça (23). O gerenciamento processual e a inteligência artificial no julgamento de demandas repetitivas iniciou a segunda parte dos debates do evento.
Gestão processual e Tecnologia
Sob a mediação do juiz federal Rafael Leite Paulo, o diretor-geral do STF, Eduardo Toledo, a diretora do Foro da SJSP, Luciana Ortiz, e o advogado Dierle Nunes, falaram sobre a evolução dos tribunais na análise processual, com o uso da tecnologia.
A juíza federal Luciana Ortiz destacou a importância do gerenciamento de dados e do uso da inteligência artificial na resolução e identificação dos conflitos judiciais. "Precisamos fazer uma gestão dos nossos dados de forma consistente porque senão os avanços do uso da inteligência artificial no Poder Judiciário serão pequenos". O advogado Dierle Nunes concordou e reforçou que "se o Poder Judiciário não tiver um gerenciamento de dados para além das rotinas internas, não haverá eficácia na gestão judicial".
Já o diretor-geral do STF, Eduardo Toledo, explicou o funcionamento do programa Victor, uma ferramenta de inteligência artificial, que permite a leitura de todos os recursos extraordinários que sobem para a Suprema Corte e identifica quais deles estão vinculados a determinados temas de repercussão geral.
Centros de Inteligência
O funcionamento e eficácia dos centros de inteligência da Justiça Federal também foram assuntos debatidos no seminário. Os juízes federais Vânila Cardoso (SJMG), Priscilla Côrrea (SJRJ) e Frederico Koehler (SJPE) comentaram a importância dos centros para identificação e prevenção das demandas repetitivas.
A juíza federal Priscilla Côrrea afirmou que esses espaços devem constar como parte de políticas públicas. "Os centros de inteligência são justamente uma política pública em prol da eficiência e da racionalidade do sistema judicial", avaliou. Vânila Cardoso comentou a importância da comunicação no julgamento processual e a oportunização desse espaço de diálogo nos centros. E Frederico Koehler finalizou o debate destacando as notas técnicas produzidas nesses espaços que têm a finalidade de garantir maior efetividade e eficiência ao sistema de Justiça Federal.