A Expedição da Cidadania continua levando a justiça para aqueles que mais precisam dela: a população carente. Em especial, aos ribeirinhos do Rio São Francisco que esperaram anos pela tão aguardada aposentadoria. Nos dias 08 e 09 de março, a caravana transformou a vida de quatro recém-aposentados, levando mais dignidade a essas pessoas.
Foi durante o segundo dia (08) da caravana, no povoado da Agrovila Jusante, no município de Glória (BA), que a agricultora Lindalva Vieira da Silva, de 63 anos, finalmente pode comemorar a tão esperada aposentadoria, que foi confirmada em audiência realizada no pátio da escola Alonso José de Melo, embaixo da sombra de uma árvore.
Para o marido de Lindalva, o também agricultor Manuel Ferreira, a decisão do juiz federal João Paulo Pirôpo pôs fim a uma espera que havia começado em 2005, quando tentaram pela primeira vez a aposentadoria por invalidez. “Desde aquele ano lutamos por isso, mas foi negado. Depois entramos com o pedido por idade, mas também foi recusado. Foi na Expedição que finalmente conseguimos. Agora preciso correr atrás da minha”, disse Manuel.
No dia seguinte (09), mais três idosos conseguiram o tão aguardado direito. As agricultoras Justina Alice da Silva e Laura Gomes Barbosa foram aposentadas pela manhã, em audiências realizadas no antigo fórum de Glória, e pela tarde foi a vez de Edivaldo Teixeira Hora, de 62 anos. O trabalhador rural, que atualmente sobrevive com a pequena plantação de feijão, milho e mandioca, e a venda de galinhas, conseguiu o aposento, após dois anos de tentativas frustradas. “Fui bem recebido e, graças a Deus, não me faltou nada. Estou muito feliz, finalmente consegui. Na primeira etapa, fiquei até quase 22h sendo atendido. E dessa vez eu sabia que não iriam esquecer de mim”, disse o sertanejo.
Já Laura Gomes Barbosa, de 63 anos e mãe de nove filhos, ficou emocionada com a conquista do benefício. Chorou ao lembrar as inúmeras vezes que teve o mesmo negado e que por essa razão via com desconfiança a chance de ter o objetivo alcançado: “na primeira vez falaram que não eu poderia receber por causa do auxílio que recebo pelo meu filho deficiente. Depois falavam que eu tinha abandonado a roça, ou que havia me mudado pra São Paulo. Sempre tinha um motivo diferente para negarem. Até que fui atendida pela Expedição. Muita gente falava que isso não ia dar em nada, mas resolvi ver. Enquanto todos duvidavam, eu acreditei. Agora, graças à Deus consegui. Isso vai mudar minha vida”, revelou.