Idealizadora e coordenadora da Expedição da Cidadania, projeto organizado pela Ajufe, a juíza federal Raquel Domingues do Amaral está concorrendo ao Prêmio Claudia 2015 como finalista na categoria “Políticas Públicas”.
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A indicação se deve ao excelente trabalho desenvolvido pela magistrada, atendendo à população ribeirinha ao largo do rio Paraguai.
Para o presidente da Ajufe, Antônio César Bochenek, a honraria é merecida e fruto de um trabalho não apenas bonito como também muito consistente. “Para a Ajufe, é um prazer ver a Raquel concorrendo a tão valoroso prêmio, resultado de um projeto muito importante para nós e para a população atendida”. Bochenek pede a todos os associados que acompanham a Expedição da Cidadania que votem na colega e ajudem a promover o projeto da Ajufe.
Para conhecer o Prêmio Cláudia e votar na colega indicada pela Ajufe, Raquel do Amaral, clique aqui.
Resultados
Foram em torno de 400 cidadãos atendidos, com serviços voltados para atendimento à saúde, emissão de documentos, concessão de aposentadoria e outros benefícios previdenciários, além de palestras, oficinas e atividades lúdicas com crianças.
“De forma humana e inteligente, a Dra. Raquel desempenhou com força suas atividades na missão do Pantanal. Mobilizou e democratizou o acesso à cidadania, envolvendo pessoas de diversas idades e classes sociais”, declarou a voluntária da Expedição e designer gráfica Martha Pedalino.
O princípio
A coordenadora teve a ideia de desenvolver o projeto, em 2007, após ter assistido uma palestra da desembargadora federal Selene Almeida sobre a importância de os magistrados “fazerem a justiça acontecer”. Encantada com a visão prática e engajada da colega, Raquel Domingues começou a desenvolver as ideias que posteriormente se tornaram a Expedição da Cidadania.
Seu Jamil
Dentre os diversos casos presenciados pela equipe da última edição da Expedição da Cidadania, alguns se destacam.
Certo dia, durante a primeira etapa do projeto, que ocorreu entre 10 e 27 de março, Raquel, preocupada em prestar o melhor serviço possível, ao final dos trabalhos na região de Jatobazinho, indagou os ribeirinhos presentes se não haveria mais pessoas necessitando de atendimento previdenciário.
Foi informada, então, de um senhor chamado Jamil, que, vivendo sozinho e isolado, não teria conseguido chegar ao navio da Expedição, devido ao fechamento do canal por camalotes – planta aquática tradicional do pantanal que, quando acumulada, pode atrapalhar ou até mesmo impedir a navegação. Segundo as pessoas que estavam no local, seu Jamil já teria idade suficiente para obter a aposentadoria.
Com a intenção de não deixar ninguém para trás e com um forte pressentimento de que deveria ir ao encontro daquele senhor, Raquel Domingues do Amaral resolveu “levar” a Expedição da Cidadania até a residência de seu Jamil. Em uma lancha e com o suporte da Marinha do Brasil, a coordenadora foi em busca do “ribeirinho perdido”.
Ao chegarem, um grande silêncio no local. Seu Jamil estava desmaiado, em coma alcoólico. A equipe agiu rapidamente, levando-o até o Navio da Expedição da Cidadania, onde foi tratado e passou por avaliação psicológica, na qual se constataram sintomas de depressão, principalmente devido ao isolamento e à dificuldade da vida na região.
Devido ao forte quadro de desidratação, se o grupo de resgate não houvesse chegado a tempo, provavelmente ele estaria morto.
Com Seu Jamil já recuperado, descobriu-se que ele completaria 60 anos no dia seguinte, idade suficiente para a concessão da aposentadoria rural. Tendo sobrevivido à experiência e com a tão sonhada aposentadoria concedida, seu Jamil voltou para casa com ânimo novo para a vida e o desejo de superar as adversidades.