Os atendimentos da segunda etapa da Expedição da Cidadania tiveram início nas regiões de Jatobazinho e Paraguai Mirim. Além da entrega de documentos, óculos e filtros de água, a coordenadora da Expedição, juíza federal Raquel Domingues do Amaral, realizou vinte e cinco audiências para concessão de aposentadoria e outros benefícios (
.“O trabalho está excelente. As pessoas estão comparecendo e se mostram muito alegres e gratas”, explica Raquel Domingues do Amaral. Recém-aposentado, o casal Anésio Arcanjo e Antônia Arcanjo considera que o benefício vem em um momento muito importante e vai ajudá-los a se manter na região.
Aposentadoria
Dona Benedita da Silva, 60 anos, ribeirinha do Pantanal, também foi aposentada durante a Expedição da Cidadania. Ela conta que está construindo a própria casa, mas não tem recursos para comprar materiais de qualidade.
“Agora eu digo, graças a Deus que fui aposentada. E, com o primeiro dinheirinho que ganhar, vou terminar a minha casa”, explica a ribeirinha, que passou a vida trabalhando com pesca e como cozinheira.
Oficinas de artes
A segunda etapa da Expedição da Cidadania também levou oficinas de desenho, expressão corporal e modelagem com argila, além de rodas de histórias, para os moradores dos povoados às margens do Rio Paraguai. As atividades foram coordenadas pelo voluntários do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).
“Realizar uma atividade pedagógica com o conhecimento local foi muito significativo para as crianças ribeirinhas. Elas recontaram o que fizeram para as mães, para nós e para outras crianças. Isso mostra como uma experiência de pertencimento tem sentido”, declarou o professor do curso de artes visuais da UFMS, Paulo Antonini.
“A participação dos acadêmicos de artes no projeto, a convite da doutora Raquel, para criar uma atividade lúdico-pedagógica funcionou pela troca de processos criativos e de ensino e aprendizagem”, completou.
A menina Regina, de 5 anos, filha de ribeirinhos, considerou que a atividade foi agradável e divertida. “Eu achei legal e desenhei uma borboleta”.
Para a coordenadora da expedição, Raquel Domingues do Amaral, “o trabalho da UFMS com as crianças está sendo um sucesso".
Outra atividade importante foi a realização de oficinas de trançado com palha de camalote, vegetação típica da região, oferecidas pela artesã indígena Dona Catarina Guató. A técnica permite a confecção de bolsas, chapéus, chinelos, enfeites, entre outros.
“Eu agradeço muito essa oportunidade que me deram para reviver meu trabalho. Para mim é muito gratificante”, conta dona Catarina, que aplicou uma oficina básica. “Eu vou desenvolver um projeto para seguir com os ensinamentos e ampliar o trabalho artesão”.
Desenvolvimento do potencial turístico
Uma novidade nesta segunda etapa da Expedição da Cidadania é a presença do turismólogo Eduardo Campos Pereira, que pretende desenvolver um projeto turístico cooperativo-vivencial com os ribeirinhos.
Para apoiá-lo, a Secretaria de Turismo do Mato Grosso do Sul enviou a coordenadora regional de serviço turístico da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul, Dinair Rezende Marques.
“O trabalho que está sendo realizado é bastante interessante, em muitos países esse tipo de turismo já existe e o pantanal é um ótimo exemplo para desenvolver esse tipo de trabalho”, explica Dinair.
Assessor da Fundação de Turismo, Luiz Renato Adler explica que o trabalho do Estado, com o turismo, é desenvolver de uma forma integrada, ou seja, utilizar os recursos da própria comunidade local para auferir oportunidades de renda dentro do turismo local. “A ação da Ajufe foi uma grande oportunidade para o Estado colher informações e desenvolver um projeto junto a esses pantaneiros”.